segunda-feira, 10 de março de 2008

Brasil está preparado para enfrentar a crise dos Estados Unidos


Apesar da recente crise que abala o mercado norte-americano, o Brasil não demonstra indícios de que esse momento econômico conturbado vá interferir incisivamente em nossa economia.

Alguns fatores indicam a desconfiança do mercado americano em suas próprias pernas, como a atual “corrida do ouro”, que aumentou sua cotação em 32% em 2007. Investidores que apostam em uma derrocada da economia aumentaram a busca pelo metal, muito procurado em tempos de crise como refúgio, um “porto seguro”.


O Fed (Federal Reserve, banco central norte-americano) tomou algumas medidas, como o anúncio de grande diminuição nas taxas de juros e a injeção, desde agosto de 2007, de bilhões de dólares na economia para restaurar a confiança no país. Os problemas começaram com a crise imobiliária dos EUA. Em fevereiro, 63 mil postos de trabalho foram fechados.


O Brasil, entretanto, demonstra uma situação econômica estável e de relativo crescimento. Um dos indicadores é a mudança no fluxo de moeda estrangeira no país. Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, o presidente do BC, Henrique Meirelles, afirmou que o Brasil está bem protegido contra essa possível crise, devido a grande demanda interna e as reservas internacionais fortes.


Outros indicadores, como a inflação, que após subir nos últimos meses de 2007, recuou para 0,49 em fevereiro e o aumento de 142 mil postos de trabalhos formais em janeiro (37 mil a mais em relação ao mesmo mês em 2007), demonstram que o Brasil não vem sofrendo os “efeitos colaterais” da instável situação da economia americana.


Segundo o professor Francisco Rosza Funcia, diretor da área de Economia e Ciências Contábeis da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (Imes), o Brasil tem bases sólidas em sua economia para suportar essas instabilidades dos mercados estrangeiros – “A estabilidade da economia brasileira foi testada recentemente, com sucesso. Evidentemente, depende da dimensão da crise mundial, mas o Brasil está muito mais preparado que no passado, com nível de reservas elevado, ampliação da entrada de investimentos estrangeiros diretos - ninguém investe sem expectativa de lucro”.


Apesar de ter um “poder-de-fogo” relativamente menor que as economias mais fortes do mundo, dos países considerados desenvolvidos, as análises de especialistas sobre o Brasil estão cada vez mais otimistas. Isso não significa que sairemos “ilesos” após a crise dos EUA, mas temos boas chances e bases para suportá-la e superá-la, sofrendo apenas pequenos abalos. Nada que possa desestruturar nossa economia.

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