segunda-feira, 17 de março de 2008

Respeitar o meio ambiente pode custar caro

O respeito pelo meio ambiente nunca esteve tão em pauta. É comida orgânica para cá, passeios de bike para lá, sacolas ecológicas, tecidos com fibra de bambu, papel só se for reciclado e etc.

Agora o consumidor moderno adotou um novo estilo de vida e passou a procurar produtos e serviços engajados com as questões sócio-ambientais. O resultado foi o aumento do custo de vida.

Pois é, o respeito pelo meio ambiente tem um preço. E mais: até quanto você está disposto a pagar por ele? vale a pena pagar mais em nome do desenvolvimento sustentável?

Apesar da filosofia bonita e da questão política, social e até econômica implícita– visto que o desenvolvimento sustentável faz-se necessário e já vem tarde -, o respeito pelos nossos recursos naturais tem um preço e quem quiser ser um ecoconsciente (termo designado para aquele que está engajado nos assuntos voltados para o meio ambiente) precisa pagar por ele.

Mas afinal, quanto custa respeitar o meio ambiente? É difícil prever o valor como um todo, mas podemos detectar o preço parcial do que se pode chamar de um “novo padrão de vida”.

Alimentação
Na questão da alimentação, há um significativo aumento de preço para os ecoconscientes. Isso porque o respeito pelo meio ambiente exige que as pessoas consumam alimentos orgânicos, que são cultivados sem o uso de adubos químicos ou agrotóxicos.

Por isso, os orgânicos incentivam a conservação do solo e da água e reduzir a poluição. Na realidade, a cultura dos orgânicos corresponde o que muitos já chamam de “cultura do futuro”, ou então “cultura consciente”. Isso porque ela trata o solo e impossibilita a degradação dos recursos naturais - solo, água, flora e fauna.

Toda essa produção de alimentos orgânicos gera demanda de alta tecnologia, pesquisa e estudos, além de profissionais altamente gabaritados, o que encarece o produto final. Nas redes de supermercados, por exemplo, os preços dos produtos orgânicos são em média 30% mais caros, podendo chegar a diferenças superiores a 100%, em produtos como o tomate e a batata.

Apesar disso, Raquel Diniz, coordenadora de mobilização do Instituto Akatu, ONG que trabalha pelo consumo consciente, defende o consumo dos organicos: “Está na hora do consumidor parar de se preocupar somente com o básico e se questionar sobre a procedência desse alimento e sua relação com o meio ambiente”, acredita.

Vestimenta
A valorização do conceito ambiental também entrou no âmbito fashion. A moda também entrou na onda consciente e trouxe peças que já fazem sucesso lá fora, principalmente nos países da Europa. Roupas com fibras naturais, tecidos orgânicos (cuja produção são usados produtos químicos, nem fertilizantes, nem pesticidas) e materiais reciclados ganham terreno.

O grande destaque vai para o jeans ecológico, que já está sendo vendido por algumas grifes no país pela bagatela de aproximados R$500,00. Além desse tipo, outras peças ecológicas estão sendo comercializadas, como as de fibra de bambu, bastante demonstradas pelos maiores estilistas do país nos últimos dois desfiles de moda do Brasil – Fashion Rio e São Paulo Fashion Week.

Como se pode ver e imaginar, o preço das peças ecoconscienctes não costuma ser barato, pois a linha de produção é mais artesanal, cuidadosa e também mais estudada.

Automóvel
Em se tratando de respeito pelo meio ambiente, a melhor forma de locomoção ainda é a bicicleta, o patinete ou até mesmo a boa e velha caminhada. Porém, para aqueles que não dispensam o conforto do seu próprio automóvel, a melhor opção e a mais “amiga” do ambiente é estabelecer uma lição de casa: fazer check up mensal no carro.

Isso significa que todas as funções do carro devem estar em perfeito estado. Não se deve esquecer do óleo do motor, do filtro de óleo, da troca de água, da checagem do escapamento e, é claro, da escolha sensata pelo combustível que menos agrida o meio ambiente, que por enquanto ainda é o álcool.

Apesar de o álcool ser um combustível barato, manter o carro em ordem pode sair mais caro do que o previsto.

Outra opção que também não agrada ao bolso, mas promete agradar o meio ambiente são os carros elétricos modernos. Cerca de 40% mais caros, eles não passam de 110 km/h, não possuem os marcadores de temperatura do motor, os do nível de combustível e os do conta-giros. Também não possuem tanque de combustível e cano de escapamento.

A grande vantagem, todavia, é que esses carros não poluem, pois ao invés de combustíveis, são movidos a bateria.

Apesar de parecer contraditório, está na bateria o grande problema dos carros elétricos. Normalmente grandes e pesadas, as baterias têm pouca autonomia e, quando gastas, viram lixos tóxicos. Porém, a novidade agora é que as baterias dos carros elétricos modernos são deferentes. Parte é reciclável e parte é biodegradável. Mais uma vez, o meio ambiente agradece. Já o bolso...

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