quarta-feira, 26 de março de 2008

Dúvida cruel: Praticar atividades físicas pode ser perigoso?

Sim, claro! Por acaso você fez um check up para se prevenir dos riscos das atividades físicas?

Independentemente da sua idade ou do seu estilo de vida, você pode ter alguma doença genética que pode mudar um pouco a rotina dos seus treinos.

Sem querer aterrorizar, mas é que o papo é sério. Os riscos de se praticar atividades físicas de maneira inadequada, em locais inapropriados e, sobretudo sem uma prévia avaliação médica pode colocar sua saúde no fundo do poço.

Pode parecer balela, mas acredite, isso é mais grave do que você pensa e as conseqüências de se praticar exercícios sem a orientação médica pode levar até a morte.

Mesmo que você se ache a maior das atletas, não fume e não beba, ainda não tenha chegado aos 40 anos, coma de modo equilibrado e não deixe o estresse incomodá-lo, você pode ser mais uma vítima das atividades físicas.

Isso não quer dizer que você por causa disso precise ficar na cama, só na companhia dos bombons e da TV. Pode ir levantando daí, querido! E comece procurando um médico.

De acordo com o ortopedista Ricardo Cury, as pessoas com maior chance de apresentar problemas devido à falta de orientação médica são aquelas que já estão na faixa etária dos 40, principalmente se elas são ou já foram sedentárias uma boa parte de suas vidas.

“Essas pessoas têm quase o dobro de chance de apresentarem problemas cardiovasculares, grande causa de mortes de súbitas na atividade esportiva”, afirma Ricardo Cury.

Porém, infelizmente, as pessoas acima de 40 anos não são só as únicas a apresentarem problemas do gênero. “Todo mundo está sujeito a isso, tanto a pessoa que leva uma vida nada saudável, até o jovem de saúde aparentemente boa. Isso porque o paciente jovem pode ter uma má formação congênita cardíaca e nem se dar conta disso, pelo fato de que esse problema ainda nem teve o tempo suficiente para se desenvolver a ponto de atrapalhá-lo. Caso esse jovem force demais a sua capacidade cardíaca, ele pode ter uma morte súbita. Além disso, se ele for levando esse problema sem consultar um médico, é bem provável que ele não passe dos 40 anos”, conta o médico.

Também é importante fazer um alerta àqueles que se acham os próprios geração saúde. “Muitas vezes a pessoa apresenta problemas de coração, pressão ou até nos níveis de colesterol e triglicérides e não sabe. Sintomas como dores de cabeça esporádicas, crises de nervosismo, falta de ar, e outros devem ser verificados o quanto antes por um especialista. Muita gente tem o costume de atribuir esses problemas ao estresse, à pressão e ao cansaço cotidianos, o que é um grande equívoco”, enfatiza Ricardo.

Segundo Sandro Costa, professor de educação física e representante do Conselho Técnico da Body Systems Latin América, além de problemas ligados a saúde do coração, as pessoas que não passam por uma avaliação médica também podem ter problemas músculo-articulares, como estiramentos, entorses e etc. “Um exemplo é quando a pessoa resolve fazer aquela 'corridinha' que há meses não pratica. Os músculos das pernas estão desacostumados com aquele tipo de esforço e, como são tecidos, podem até se rasgar”, afirma o professor.

Ainda segundo Sandro, um risco geralmente pouco abordado, mas não menos importante é o da sensação de desconforto maior do que a de prazer após o exercício. “Dores musculares intensas e uma queda muito grande do nível de energia, nos dão aquela sensação de ‘tô muito cansado e dolorido... hoje não dá’. Infelizmente isso tende a dizimar toda e qualquer motivação inicial”, alerta o professor Sandro Costa. Os atletas de fim de semana também precisam ficar atentos a isso!

Cuidados imprescindíveis
1-Agora com a chegada do verão é comum que as pessoas peguem mais pesado na malhação e nos exercícios aeróbicos. Por isso, cuidado! “Os exercícios aeróbicos podem ser feitos todos os dias desde que seja respeitado o nível da pressão e do batimento cardíaco da pessoa”, afirma o ortopedista Ricardo Cury.
Já a musculação é melhor ser feita com descanso de 24 horas. “A pessoa pode fazer musculação todo o dia desde que de um dia malhe os membros superiores, por exemplo, e, no outro, os membros inferiores. Isso é ideal para que a fibra muscular de cada grupo não sofra inflamação e nem tenha micro rupturas”, afirma o Ricardo Cury.

2- Não é interessante que a pessoa aumente muito a carga de seu treino de uma vez só. Isso deve ser feito aos poucos, gradativamente e com o acompanhamento de um professor.

3- Respeite seus horários. “Cada pessoa tem uma rotina muito pessoal e isso acaba influenciando também os melhores horários para ela praticar atividades físicas”, explica o ortopedista.

Segundo o professor Sandro Costa, à noite praticamente todos os nossos sistemas são colocados em níveis econômicos de trabalho. “Então, quando acordamos, levamos algumas horas até que estejamos novamente com a nossa máquina ligada a todo vapor. Nesse contexto, querer exigir uma resposta muito intensa logo ao acordar pode não ser uma experiência não muito agradável”, afirma Sandro.

Quem prefere se exercitar bem de noite, antes do horário de dormir, também deve ter alguns cuidados. “Os exercícios físicos liberam endorfina, um hormônio estimulante que pode impedir que a pessoa tenha uma noite de sono tranqüila e confortável”, completa o ortopedista Ricardo Cury.

4-Fique de olho na sua freqüência cardíaca. “É interessante que o médico estipule um limite de segurança para a freqüência cardíaca de cada um. Dessa maneira a pessoa trabalharia dentro desse padrão, teria um gasto calórico maior e um desempenho melhor para atingir seu objetivo mais rapidamente”, afirma Ricardo

5- Cuidado com as atividades ‘out door’, ou seja, aquelas fora da academia. Fatores como temperatura, horário, poluição, trânsito e barulho devem ser levados em consideração. “Não é interessante que se corra em uma avenida em horário de pico, por exemplo, pois a qualidade do ar nessas horas são as piores possíveis e a pessoa certamente acabará inalando muitos poluentes”, afirma o ortopedista.

6- Caso você, durante algum exercício, esteja no limite de sua freqüência cardíaca a ponto de não estar mais agüentando, evite parar bruscamente. Vá aos pouquinhos e sempre continue com um movimento, mesmo que seja bem sutil.

7- Faça alongamento antes e depois dos exercícios para evitar lesões. No começo para evitar o rompimento das fibras musculares e, depois dos exercícios, para que elas voltem ao estado de origem, mais relaxadas.

8- Faça um check up anual sem a desculpa de que não tem tempo para isso. Mesmo porque tudo é bem rapidinho.
O professor de educação física Sandro Costa explica tin tin por tin tin: “Os exames médicos tradicionais fazem análises do histórico da pessoa, procurando indícios que possam dar pistas de eventuais cuidados necessários. Nessa etapa entram as famosas perguntas como ‘Alguém na família tem problemas de coração?’”.

A segunda etapa verifica a pressão arterial e combina com outros fatores como o peso corporal para ter índices comparativos com pessoas que precisam de orientação específica. A partir dessa consulta inicial, o médico tem condições de analisar se a pessoa está clinicamente apta a iniciar qualquer tipo de atividade física ou se precisa antes passar por outros exames ou especialistas. Alguns exames também exigem o teste ergométrico, feito em esteiras ou bikes.

9- Procure também a orientação do profissional de educação física para prescrever as melhores formas de atingir os objetivos de cada um com segurança.

10- Se você passou dos 40 e a única atividade que fez na vida foi o esconde-esconde quando tinha oito anos de idade, não se apavore! Há muitas pessoas como você e isso não quer dizer que todas tenham que continuar sedentárias a vida toda. Procure um médico e bons exercícios!

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