segunda-feira, 28 de abril de 2008

China desponta como possível sucessora da economia norte-americana


Com o cenário econômico extremamente controverso, no qual a principal potência, os EUA, passa por uma de suas piores crise, outras economias despontam no âmbito mundial. Brasil, China, Índia e Rússia (BRIC) formam o conjunto dos quatro principais países emergentes do mundo, que podem se tornar uma força na economia mundial. O termo foi criado em 2001, pelo analista econômico Jim O’neill, do banco de investimento americano Goldman Sachs.


"A economia norte-americana entrou em uma grande recessão e ainda não sabemos seus prováveis reflexos. O mundo deve enfrentar uma desaceleração econômica, mas a força de outros mercados emergentes, como dos BRICs, pode amenizar esses efeitos causados", constata Hugo Penteado economista chefe e estrategista de investimentos do ABN Amro Asset Management.


Com a crise norte-americana, a China vem se apresentando como uma economia forte e com enorme potencial de superar a dos EUA. Com uma média de crescimento econômico de, aproximadamente, 10% ao ano, é considerada a quarta maior economia no mundo.


Com uma população de mais de 1,3 bilhão de habitantes, o aumento da renda dos chineses é responsável pela alta do consumo, que é o principal impulsor do crescimento econômico do país, superando até as altas cifras de investimentos e do comércio exterior, conforme relatório publicado na última segunda-feira (14) pelo Centro de Informação do Estado da China. É previsto um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 10,8% no segundo trimestre deste ano.


O documento ainda relata que o aumento no movimento do mercado de consumo do país se deve pela subida de preço dos imóveis e de cereais no mundo — a China é o maior produtor mundial de milho e arroz, com uma agricultura altamente mecanizada, responsável por excelentes resultados de produtividade.


Apesar de ter uma economia forte e em evolução, a China também enfrenta e ainda enfrentará muitos obstáculos que podem barrar o crescimento do país. O dinheiro está concentrado nas mãos de uma minoria, com muitas pessoas ainda vivendo em condições de pobreza, especialmente no campo. O crescimento econômico veio atrelado ao aumento dos problemas ambientais. Os índices de poluição chegam a níveis inaceitáveis, fazendo da China o segundo maior emissor de gases responsáveis pelo efeito estufa no mundo. Faltou a preocupação por um plano de crescimento sustentável por parte do governo chinês.


"Os chineses vão enfrentar novos problemas, cresceram desordenadamente, sem cuidar dos recursos naturais e do meio ambiente. 80% da água na China está contaminada por conta da falta de tratamento dos resíduos industriais e apenas 20% de seu território é cultivável. Eles terão que trocar produtos industriais por alimentos e água e é aí que eu vejo o Brasil entrando definitivamente no hall das grandes economias, fornecendo alimento para o grande celeiro do mundo”, afirma Fernando Daier, economista do Banco Cruzeiro do Sul.

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