quarta-feira, 16 de abril de 2008

Especialista responde dúvidas sobre os emagrecedores naturais. Será que faz mal?

O endocrinologista Filippo Pedrinola responde algumas dúvidas a respeito da nova moda: os remédios naturais que ajudam a secar!

1. As cápsulas naturais manipuladas ou vendidas em lojas de produtos naturais que prometem inibir o apetite e auxiliar no emagrecimento são tão eficazes quanto os remédios anorexígenos ou sacietógenos?
Endocrinologista Filippo Pedrinola - Na prática, o melhor resultado está em aderir a um programa completo de emagrecimento, com dieta, atividade física e se necessário medicamentos. Os produtos naturais que prometem inibir o apetite e auxiliar no emagrecimento podem ter diversos mecanismos de ação, como por ex. as fibras que dão sensação de saciedade. Em geral tem um efeito mais leve de quando comparados aos medicamentos alopáticos.

2. Quando é valido lançar mão dessas cápsulas naturais? É necessário prescrição médica?
Endocrinologista Filippo Pedrinola - Não é necessária prescrição médica, mas o ideal seria usá-los com orientação de um profissional da área da saúde, que conheça efeitos e doses adequadas; Como: nutricionista ou médico,uma vez que o fato de ser natural não impede possíveis efeitos colaterais, x- indicação ou interação medicamentosas.

3. A empresa Kemin do Brasil lançará um novo inibidor, o Slendesta. Como o componente agirá no organismo? Há alguma contra-indicação?
Endocrinologista Filippo Pedrinola - O Slendesta é um extrato de batata que seria capaz de estimular a secreção de um mensageiro químico conhecido como colecistoquimina (CCK). De acordo com alguns estudos publicados na literatura médica, essa CCK teria a capacidade de aumentar a saciedade e portanto, reduzir a vontade de comer. O princípio ativo responsável por esse efeito é conhecido como inibidor da proteinase 2 (IP2), porém, são necessários mais estudos de longo prazo para verificar seus efeitos nos níveis de glicose, apetite e peso corporal. Seu mecanismo de ação deve ser confirmado através de estudos que meçam alterações nos níveis de CCK, insulina e outros parâmetros. Esses estudos poderão evidenciar a utilidade do produto para ser usado em doenças como obesidade e diabetes.

4. O cacto indiano Caralluma fimbriata promete ser mais uma arma contra os quilos extras. Como ele auxilia no emagrecimento?
Endocrinologista Filippo Pedrinola - É uma planta da família Apocynaceae. Tem sido usada na dieta de indivíduos da Índia rural por séculos na sua forma crua ou em conservas, com objetivo de diminuir a sede e o apetite e dar energia. Um pequeno estudo clínico conduzido na Índia e publicado na revista Appetite 48(3):338-44 (2007) mostrou modestos benefícios quanto a seu uso. Nesse estudo, 50 indivíduos com excesso de peso receberam placebo ou 1g de extrato de caralluma por 60 dias. Os resultados não mostraram mudanças significativas no peso corporal, IMC (Índice de Massa Corporal), ou gordura corporal, porém, houve certa redução da circunferência abdominal e do apetite. Muito tem se falado sobre os possíveis efeitos de perda da Caralluma Fimbriata, porém, não há estudos suficientes para se comprovar sua eficiência. É importante ter cuidado com propagandas de “pílulas milagrosas” para emagrecer que propõe emagrecimento fácil.

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