quarta-feira, 30 de abril de 2008

Futebol feminino no país cresce e supera preconceitos

E além de tudo, o futebol serve como dica para quem quer queimar calorias de um modo bem brasileiro.

Você já parou para pensar por que os homens são tão vidrados em futebol?

E já experimentou bater uma bolinha?

Não é de hoje que as mulheres estão entrando no mundo do futebol. Aqui no Brasil, o país oficial do esporte, o futebol feminino não ganha o reconhecimento e o apoio que merece. As equipes profissionais sofrem com falta de patrocinadores, os baixos salários e o descaso da CFB (Confederação Brasileira de Futebol). A boa notícia é que esse panorama está mudando. Aos poucos e graças ao desempenho e à força de vontade da nossa seleção nacional feminina de futebol, a coisa parece que vai andar, ainda que seja aos poucos.

A conquista da medalha de prata nas Olimpíadas de Atenas pelas meninas brasileiras, em 2004, e o triunfo nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, neste ano, deram mais visibilidade à evolução do esporte no Brasil e mostraram que o sexo feminino está com tudo, inclusive quando o assunto é futebol. Pois é, aquela historia de que futebol é coisa de macho já era mesmo!

As gêmeas Michelly e Kelly Mani Santos são uma prova disso. Com 21 anos, nasceram no sul, já jogaram em Marília, onde foram vistas pelo atual técnico, Luiz Carlos Campeoto, e hoje jogam profissionalmente no time de São Bernardo Campo, em São Paulo. Altas, lindas, louras, em boa forma e bastante vaidosas, elas contam que já viram muito preconceito em relação à entrada das mulheres no futebol e que hoje já nem ligam mais para isso.

“Acho que o preconceito ainda é, infelizmente, um dos principais motivos de o futebol feminino não ter status aqui no Brasil. Se a gente deixar se levar por ele, não vamos a nenhum lugar. Sempre vai existir preconceito, não só no futebol. As mulheres precisam aprender a valorizar esse esporte para poderem ser respeitadas pelo sexo oposto”, diz Kelly.

Sobre a questão da feminilidade, a dupla também se mostrou bem resolvida. “Independentemente do esporte que praticamos, não deixamos de ser mulheres. Somos tão vaidosas como qualquer outra menina. Passamos brilho, um batonzinho, penteamos o cabelo e nos produzimos muito. Isso prevalece na gente. Apesar de a modalidade feminina ser discriminada, temos que incentivar a beleza da mulher também no futebol brasileiro. Muita gente ainda não descobriu isso. É outra coisa que está faltando para o nosso país”, afirma Kelly, cheia de convicção e com aprovação total da irmã.

Você não precisa ser uma profissional como elas, nem ter tanto dom para a coisa. O futebol é um esporte como todos os outros, onde é preciso aprimorar as técnicas e aprender, dia após dia, como agir melhor. Foi por isso, pensando em ajudar as mulheres que se diziam incapazes de jogar bola, que muitas escolinhas de futebol começaram a trabalhar especificamente com o sexo feminino.

A duração dos treinos de amadores varia bastante, mas costumam ter de 1h a 1h40. Durante os treinos, elas correm para lá e para cá, têm verdadeiras aulas de alongamento e postura, trabalham muito a coordenação motora, o equilíbrio e a postura. Além disso, fortalecem bastante os membros inferiores. Todas as meninas do time de SBC, por exemplo, tinham a perna superdurinha, que dava uma sustentação para o bumbum.

“A mudança que minha perna sofreu com o futebol foi muito grande. A gente fica com os músculos da coxa superdurinhos e isso é muito bom”, diz Michelly Burgarelli, outra jogadora do time, que ainda aproveitou para fazer um alerta: “Mas claro que também é preciso ter uma preocupação com a alimentação. Não me coloco numa camisa de força, mas não gosto de comer muitas besteiras. Tento me controlar um pouco”, conta.

Além de tudo isso, o futebol é uma atividade aeróbia capaz de enxugar mesmo as gordurinhas. É como se fosse uma brincadeira, as meninas correm muito, suam bastante, exercitam os músculos, ganham resistência física e fôlego, emagrecem, secam a barriguinha, ficam a cada dia que passa mais saudáveis e mais dispostas e, de quebra, ainda batem um bolão de fazer inveja a muitos homens.

Outro benefício é a motivação que uma mulher pode dar à outra. É diferente de você estar malhando, correndo ou pedalando sozinha. No futebol, você joga em equipe, tem que dar o melhor de si para o bem do time. Desse modo, é muito mais fácil ficar em forma sem penar tanto. A mulher acaba nem percebendo, pois ela torce para fazer mais, o melhor e o mais bonito possível.

Pois é, parece que o futebol é a solução perfeita para dizer sim aos exercícios. Uma recente pesquisa concluiu que mais de 40% os brasileiros não praticam atividade física. Agora não tem desculpas. Se você é a típica preguiçosa, que odeia se exercitar e vive elaborando mil motivos para faltar nas aulas da academia, talvez o futebol seja a solução perfeita para levantar você e sua auto-estima. Três dias por semana já são suficientes e certamente lhe garantirão um corpo invejável. Pense no assunto.

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