quinta-feira, 15 de maio de 2008

Etanol põe Brasil à frente na corrida por combustíveis sustentáveis


O crescente aumento nos preços dos barris de petróleo, sobretudo nos EUA, seu maior consumidor, e a degradação do meio ambiente fomentam ainda mais o uso de formas de energia sustentáveis e menos poluentes, como é o caso do etanol. O Brasil é o principal produtor mundial desse combustível e o país que detém o maior “know-how” sobre essa recente fonte de energia desenvolvida.

Desde 1975, com a implantação do Programa Nacional do Álcool (Pró-Álcool), o governo brasileiro está um passo a frente na produção e distribuição desse novo biocombustível. “Não se pode dizer que o etanol é o combustível do futuro, porém podemos afirmar que como combustível, o etanol está com o futuro garantido. Com os atuais níveis de preço do petróleo, a demanda e as pesquisas com o etanol cresceram muito rapidamente”, afirma Fernando Daier, economista do Banco Cruzeiro do Sul.

“Como o Brasil é um país de dimensões continentais e cultiváveis creio que seremos uma das potências energéticas do mundo a médio prazo. No curto prazo, vejo o país se preparando para a grande demanda mundial que, a meu ver, ainda está por vir. A longo prazo, é difícil fazer prognósticos porque outras nações também estão pesquisando novas fontes de energia”, diz Daier.

O custo de sua produção é outro fator predominante nas discussões sobre sua fabricação pelo mundo, pois as constantes alterações nos preços dos combustíveis vêm prejudicando economias por todo o globo. Incentivos fiscais para a produção do combustível, como os dados em algumas regiões dos EUA, fizeram surgir o temor de que a produção de alimentos cederia espaço para o etanol.

O preço do barril de petróleo vem batendo recorde atrás de recorde. A projeção da Agência de Informação de Energia dos Estados Unidos (EIA) é de que a média do preço do barril seja de US$110, em 2008. Esses aumentos, na maioria das vezes, são repassados para o mercado em geral e, conseqüentemente, ao consumidor.

Em entrevista concedida à TV Cultura, no Palácio do Planalto, o presidente Lula negou que o recente reajuste nos preços dos combustíveis possa influir na economia brasileira. “Não vai alimentar a inflação porque nós fizemos um jogo combinado, ou seja, na medida em que nós fizemos o reajuste da gasolina e o reajuste do óleo diesel para a Petrobrás, ao mesmo tempo nós reduzimos a alíquota da CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) para permitir que o aumento não chegasse ao consumidor”, disse o presidente.

Apesar da afirmação do presidente de que esse aumento não chegará aos bolsos dos consumidores, economistas e especialistas seguem com um pé atrás em relação à declaração de Lula. “Não há como aumento de preços de combustíveis não gerar inflação. O reflexo, às vezes, não é imediato, mas em um segundo instante impacta toda cadeia produtiva através do aumento de preços dos derivados”, constata Daier.

O Brasil detém, sim, todas as condições necessárias para ditar as regras do jogo em relação ao etanol, em uma escala mundial. Mas ainda é preciso determinar algumas estratégias para difundir esse mercado por todo o mundo e assim disseminar a influência brasileira em relação ao bem que faz o capitalismo funcionar a todo vapor, os combustíveis.

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