sábado, 31 de maio de 2008

Dia Mundial Sem Tabaco

Hoje, dia 31/05 é o Dia Mundial Sem Tabaco. Por isso, não pude deixar de postar.
Andei lendo algumas coisas sobre isso e descobri uma realidade triste e nem um pouco compatível com toda a modernidade e tecnologia que vivemos no Séc XXI.

Foi necessário pouco mais de uma década para que o câncer de pulmão saltasse do 4o para o 2o lugar no ranking dos tumores que mais matam mulheres no Brasil. É isso mesmo. Nós estamos morrendo!

Recentes pesquisas concluíram que as mulheres passaram a ocupar mais espaço entre as vítimas fatais do câncer de pulmão – doença diretamente ligada ao tabagismo. As estatísticas mostram que entre 1990 e 2002, o câncer de pulmão saltou de quarto para segundo lugar no ranking dos tumores que mais matam pacientes do sexo feminino no Brasil, perdendo apenas para o câncer de mama.

“O que vemos hoje é o resultado das estratégias estabelecidas pela indústria do tabaco no passado, com o objetivo de seduzir o público feminino”, afirma Dr. João Nunes, coordenador do serviço e da residência em oncologia do Hospital Universitário de Brasília. Há apenas seis anos, a publicidade de produtos derivados do tabaco foi proibida no Brasil. Até então, mulheres independentes figuravam nos anúncios, vinculando a emancipação ao hábito de fumar.

Além disso, um estudo realizado em 10 capitais brasileiras mostrou que as meninas pré-adolescentes experimentam cigarro em maior proporção que os meninos. “A Organização Mundial de Saúde determinou que este ano todos os esforços para o dia 31 de maio sejam direcionados ao tema ‘Juventude Livre do Tabaco’. Assim, as ações devem ser customizadas para ambos os sexos”, comenta Nunes, que integra o grupo de oncologistas por trás do movimento “Sem Tabaco, 100% Fashion” – que usa a moda como veículo para alertar mulheres das mais variadas idades.

Por falar em moda, não podemos deixar de citar a incrível "mania" entre as modelos. Muitas meninas estão fumando para driblar o apetite. Como o cigarro acaba afetando as glândulas salivares, o prazer em sentir o sabor dos alimentos ficas mais ameno em um fumante e, para piorar, ela acaba tirando um pouco a fome. Por isso, como as modelos sempre precisam ser magérrimas, elas estão apostando todas suas fichas nesse mal: o cigarro. Péssimo, não?

Atenção
Houve um tempo em que se acreditava que as conseqüências do tabagismo eram mais fortes nos homens. Atualmente já se sabe que a verdade é bem diferente. “Mulheres que fumam e usam pílula anticoncepcional correm até 10 vezes mais riscos de infarto do que aquelas que usam apenas o contraceptivo”, descreve o oncologista. Os dados são alarmantes: cerca de 40% dos óbitos em mulheres com menos de 65 anos estão ligados ao cigarro. Fumar eleva ainda os riscos de infertilidade, câncer de colo de útero e menopausa precoce.

De novo a problemática do peso
Se hoje a propaganda não é mais aliada da disseminação do tabagismo, um mito segue firme dificultando a cessação do hábito. “Muitas mulheres acreditam que ao abandonar o vício vão engordar. Em nome do peso, seguem colocando em risco a vida”, descreve Dr. Nunes.

Tratamento
Anualmente, mais de um milhão de novos casos de câncer de pulmão são diagnosticados no mundo. Paralelo a isso, pesquisadores seguem em busca de tratamentos mais eficazes. Entre os avanços observados no último ano está a introdução de anticorpo monoclonal específico para tratamento do câncer de pulmão. “Os anticorpos monoclonais são remédios que atingem apenas as células doentes, fazem parta da chamada terapia-alvo”, esclarece Dr. Murilo Buso, do Centro de Câncer de Brasília. Com a droga Erlotinibe, quimioterapia oral, a expectativa de vida dos pacientes foi elevada em cerca de 42%. O tratamento é indicado para pacientes em estágio avançado da doença.

Outro aspecto bastante atual é a customização do tratamento. A medicina reconhece que os pacientes são diferentes e os tipos de câncer também. A grande proposta é identificar a combinação terapêutica para cada caso. “Precisamos ainda estar atentos à qualidade de vida do paciente. A questão da toxidade deve ser observada com grande cuidado”, conclui Dr. Murilo.
Aumente sua expectativa de vida
Existem algumas medidas que devem ser tomadas para prolongar a expectativa de vida. “A primeira delas é deixar o tabagismo de lado de uma vez por todas”, garante o especialista, que explica: “O fumo provoca vasoconstrição, formação de placas de gordura, aumento da freqüência cardíaca e da pressão arterial”.
Ainda dá tempo
A provável única boa notícia é que os danos causados ao sistema cardiovascular são reversíveis. Quem abandona o cigarro entre 35 e 39 anos aumenta a expectativa de vida em cinco anos, segundo estudo da American Heart Association. Apesar disso, o mesmo não ocorre com o sistema respiratório. Quanto à bebida alcoólica, se tomada em excesso, causa lesões ao fígado e ao cérebro. Todos sabemos o quanto é difícil largar o cigarro. Por isso é interessante consultar um médico especializado para realizar eventuais tratamentos.

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