domingo, 25 de maio de 2008

Etanol muda o cenário do mercado automobilístico


Visto, a longo prazo, como uma solução para o aumento dos preços e a escassez do petróleo, o etanol é uma fonte de energia renovável que vem crescendo em popularidade por todo o mundo. Causando impacto na economia de países que aderem o seu uso, o mercado automobilístico é o que mais sente suas conseqüências.


Com o etanol, muitas mudanças vêm sendo sentidas no comércio de automóveis do Brasil, o principal produtor mundial do biocombustível. A diminuição na venda da gasolina no mercado interno e o significativo aumento na produção de carros flex – que funcionam com gasolina e álcool - são as principais alterações percebidas.


O crescimento do mercado de carros biocombustíveis mostra-se presente no Brasil e é uma tendência mundial. No País, foram comercializados 388.380 veículos de passeio e comerciais leves com a tecnologia flex somente no primeiro trimestre de 2008, o que representa 82,8% nas vendas de automóveis nesse mesmo período, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).


''Quanto ao mercado automobilístico, poderemos ver mudanças grandes no ranking das montadoras, porque aquelas que não desenvolverem motores para combustíveis alternativos provavelmente perderão mercado", constata Fernando Daier, economista do Banco Cruzeiro do Sul.


Apesar dos constantes ataques mundiais sofridos pelo etanol, a tecnologia vem atraindo interesse de diversos investidores internacionais, que têm como objetivo adquirir e tirar proveito do "know-how" brasileiro. A chanceler alemã, Angela Merkel, em sua recente passagem pelo País comentou sobre a possibilidade de ter carros movidos a etanol na Alemanha. A General Motors conta com uma equipe de nove engenheiros brasileiros em sua matriz, nos Estados Unidos, trabalhando no aperfeiçoamento dos veículos "flex". Enquanto isso, França e Suécia já produzem carros com motores importados da filial carioca PSA Peugeot Citroën.


Entretanto, engana-se quem pensa que o aumento do preço do petróleo possa forçar uma queda no valor do etanol. "Os constantes aumentos do petróleo podem elevar o preço do etanol, uma vez que petróleo caro força as economias a buscarem outras fontes de energia, gerando aumento de demanda por etanol e, conseqüentemente, elevação de preços. É uma pura questão de oferta e procura. Quanto mais rápido e maior for o aumento do petróleo maior será também o crescimento do mercado de etanol", desmisitifica Daier.

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